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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Shambala, Atlântida, Mu, Eldorado... "Reinos perdidos" ou metáforas?

Muitos livros se referem a reinos perdidos
e civilizações desaparecidas 
cujas evidências nunca foram comprovadas. 
Talvez tenham existido. 
Talvez não.
Talvez sejam metáforas. 

Na literatura, no cinema, em histórias em quadrinhos, esses locais são sempre mencionados como objetivos de aventureiros, lugados mantidos isolados do resto do mundo como se ainda existissem atualmente, e seus habitantes são frenquentemente descritos como pessoas muito felizes e pertencentes a civilizações científica, tecnológica e socialmente avançadas mesmo em relação à nossa própria. Há, como sempre, os sensacionalistas, é claro, mas há também pessoas que demonstram certeza de que esses tais "reinos perdidos" existiram ou existem. Porém ainda não se pode dizer que foram encontradas evidências que comprovem a existência de algum deles. Ainda assim, há pessoas e organizações que gastam verbas altíssimas para realizar expedições em busca desses lugares, que são "alvos" constantes dos teóricos da conspiração. 
Shambala - ou "Shambhala" - é um desses supostos "reinos perdidos". Suas primeiras referências foram encontradas em textos sagrados e lendas orientais. No ocidente, passou a ser muito citada por exotéricos, o que fez aumentar o ceticismo a seu respeito. O esoterismo é frequentemente interpretado como algo relacionado a "videntes", "cartomantes", etc., e isto fez com que a maioria das pessoas deixasse de acredita nela. Porém o esoterismo é apenas um conjunto de doutrinas religiosas e filosóficas usadas na tentativa de se desvendar mistérios. Vem daí também o termo "ciência oculta", que também significa "conhecimento secreto" ou "verdade oculta". Por isto penso que esses lugares citados em textos sagrados e lendas possam ser metáforas. 
"Metáforas" são palavras ou expressões usadas com significados diferentes dos seus originais. Quando eu digo, por exemplo, que uma determinada ideia é "uma canoa furada", é óbvio que não estou me referindo a uma embarcação, mas estou tentando dizer que é uma ideia que pode não dar certo. Ouvimos com frequência pessoas dizerem que "a Bíblia 'fala' por metáforas". Neste caso, o próprio verbo "falar" é empregado como uma metáfora, pois sabemos que a Bíblia não fala, revela ensinamentos escritos que podem ser interpretados de muitas formas. Mesmo a Bíblia contém informações sobre cidades cujas existências nunca foram comprovadas. No lamaísmo, o budismo do Tibete, Shambala é descrito como um reino oculto na cordilheira do Himalaia. Sendo a cordilheira o local onde está o próprio Tibete, talvez "Shambala" seja uma metáfora referente ao próprio país. 
Alguns estudiosos do sânscrito afirmam que "Shambhala" - "Shambala" nesse idioma - significa "lugar de paz, felicidade e tranquilidade". Neste caso, pode ser o local onde teria vivido o próprio Buda durante sua infância e no início de sua juventude. É conhecida a história de que Sidartha Gautama - o "Budha" - era filho de um rei e nasceu na vila de Lumini, próxima ao sopé do Himalaia, numa região fronteiriça entre o Nepal e a Índia. Sabe-se também que desde seu nascimento até o início de sua juventude sua família o manteve cercado entre os muros do palácio por não querer que ele tivesse contatos com as tristezas, as dores e a miséria que existiam na vila. As tradições lamaístas descrevem os habitantes de Shambala como pessoas "iluminadas". "Budha" significa "desperto", mas também é uma palavra usada com o o significado de "iluminado". Seria isto somente uma coincidência? 
Creio que é esse conjunto de possibilidades de significados diversos que mais atrai as pessoas que tentam encontrar Shambala ou algum de seus vestígios. É algo comparável à busca pelo Santo Graal (ver "O Santo Graal", neste blogue), que tanto pode ser um cálice no qual o sangue de Jesus foi guardado como pode ser uma metáfora com significado de aquisição de conhecimentos importantes sobre verdades ocultas. 
Outro "reino perdido" muito explorado pela literatura e pelo cinema norte americano é Mu. Sua história se assemelha à da Atlântida: uma ilha habitada por uma civilização que vivia feliz, dominava altos conhecimentos científicos, até que um dia a erupção de um vulcão a destruiu completamente. As lendas sobre Mu já eram contadas pelos povos pré colombianos da América do Sul, e começaram a ser relembradas depois que a partir do início do século XX, depois que o pesquisador inglês James Churchward afirmou ter encontrado algumas pedras misteriosas na floresta amazônica. Ao decifrar inscrições mito antigas nessas pedras, Churchward concluiu que elas indicavam a localização de Mu pouco abaixo da Linha do Equador e com uma extensão de 9600 km de leste para oeste e 4800 quilômetros de norte para sul. A lenda conta que o fim de Mu  levou ao início de de outro reino misterioso: o de Uirgur, cuja comprovação também jamais foi encontrada. Alguns autores dizem que seus vestígios foram encontrados em algum lugar no deserto de Gobi, na fronteira entre o sul da China e o norte da Mongólia, mas isto nunca foi provado. 
Cidades desaparecidas? Reinos perdidos? Metáforas? Seja como for, esses supostos locais instigam aventureiros, cientistas, etc., que buscam encontrar vestígios de suas existências. Talvez esteja aí a resposta tão procurada: enquanto as pesquisas avançam, esses reinos continuam não sendo confirmados, mas com certeza aos poucos os pesquisadores aprendem algo mais e descobrem novas verdades. Talvez este seja o sentido da metáfora, já descoberto e, ao mesmo tempo, ainda não percebido. 

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